Uma camisa 8 que fez história
- por Théo Leocádio
- 5 de fev. de 2017
- 4 min de leitura

“Um professor disse que eu nunca seria um jogador de futebol. Quando estreei, lhe enviei um ingresso” Frank Lampard.
O INÍCIO
Quando ingressou na base do West Ham, o menino Frank sofria desconfiança por acharem que ele só estava ali pelo pai e pelo tio, mas as poucos ele ia mostrando o grande craque que seria. Ídolo do Chelsea, Lampard fez sua estreia como profissional pelo West Ham, pouco tempo depois foi emprestado ao Swansea, onde jogou por uma temporada, retornando no ano seguinte aos Hammers e ficou por lá por mais 5 anos. Em 2001 ele foi contratado pelo Chelsea, clube mais ao centro de Londres, e foi onde ele viveu seus melhores momentos no futebol.
CHEGADA NO CHELSEA

Com um início pouco badalado no clube, foi apenas em 2004, quando José Mourinho chegou ao Chelsea, que Lampard viveu seu auge. Mourinho fez daquele Chelsea na temporada 2004-05 um time quase imbatível, Terry como capitão, Lampard no meio de campo e Drogba comandando o ataque. Era um 4-3-3 de respeito e o camisa 8 era peça fundamental, fazia o box-to-box como ninguém, tinha vigor físico para estar no meio campo e apoiar com qualidade o ataque, frequentemente fazendo gols. Na temporada 2004-05 o Chelsea faturou a Premier League e a League Cup, faltando apenas a FA Cup e a Champions League, o título mais desejado pelo novo dono do Chelsea. Na mesma temporada Frank Lampard foi eleito o melhor jogador da Premeier League, jogador do ano pela PFA, jogador do ano pelo Chelsea e esteve presente na seleção da Premier League, além de Jogador Inglês do Ano. Foi uma temporada de ouro para o meio-campista dos Blues, entrando de vez para o seleto grupo dos jogadores World Class.

A temporada de 2005-06 foi tão boa quanto. Repetindo o sucesso da temporada anterior, os comandados de Mourinho ganharam a Premier League mais uma vez, sagrando-se bicampeões. Além do titulo inglês, ganharam também a FA Community Shield. E Lampard mais uma vez sendo o Melhor Jogador da Premier League, Jogador Inglês do Ano e ganhando pela primeira vez a Bola de Prata da FIFA, perdendo apenas para o fantástico Ronaldinho Gaúcho.

A TÃO DESEJADA ORELHUDA
Nas temporadas seguintes, apesar de manter sempre o alto nível de jogo com seus maiores craques Lampard e Drogba e as novas contratações badaladas que chegavam em busca do principal objetivo, o Chelsea sempre caía nas semifinais da Champions League e nunca conseguia o tão desejado título. E foi apenas após a saída de Mourinho do comando da equipe que o clube londrino, sob a batuta de Avram Grant, chegou na sua primeira final. Após se classificar nas semifinais contra o Liverpool, os Blues de Londres pegaram os Red Devils de Manchester. Foi um jogo duro, 1 a 1 no tempo normal, com gol de Lampard. O título só foi definido nas penalidades máximas. Lampard já tinha convertido sua batida, Cech tinha pegado o chute de Cristiano Ronaldo, se Terry fizesse, o Chelsea se consagraria campeão, mas o capitão escorregou e mandou a bola na trave. Nos pênaltis seguintes Anderson e Giggs converteram para o Manchester, Kalou também fez para o Chelsea, mas Van Der Sar defendeu a cobrança de Anelka, dando o título para o Manchester United, que também venceria a Premier League nessa temporada.

Alguns anos depois, vários técnicos já tinham passado pelo Chelsea nesse período e nenhum tinha conseguido ganhar a orelhuda. A segunda final do Chelsea aconteceu na temporada 2011-12 sob o comando de Roberto Di Matteo, que tinha assumido o clube no meio da competição após passagem apagada de Villas-Boas. O adversário da vez era o Bayern de Munique de Neuer, Schweinsteiger, Robben e Muller contra um Chelsea desfalcado pelo capitão John Terry, e com Lampard numa função mais recuada. Após um 0 a 0 disputado no tempo regulamentar, a prorrogação não decepcionou no quesito emoção. No final da segunda parte, o Bayern abriu o placar com Muller numa cabeçada que surpreendeu Cech, mas nos minutos finais, Drogba acerta uma cabeçada espetacular, igualando o marcador e levando o jogo para os pênaltis. O medo de fracassar mais uma vez nos pênaltis assombrava os jogadores do Chelsea, Cech, Lampard e Drogba haviam jogado aquela outra final contra o Manchester, a lembrança estava fresca na memória. Lampard converteu sua batida, assim como em 2008, mas coube a Drogba, que havia sido expulso na final anterior e não tinha cobrados os pênaltis, marcar o penalti decisivo e que levou os Blues a tão desejado título, era a consagração da geração de Cech, Terry, Lampard e Drogba no clube londrino.

Em 2014 Lampard anunciava sua saída do Chelsea, clube onde viveu os melhores momentos de sua carreira. Foram 13 títulos pelo clube de Londres, três Premier Leagues, quatro FA Cups, duas League Cup, duas FA Community Shield, uma Champions League e uma Euro League. Hoje é o maior artilheiro da história do clube com 211 gols e um dos maiores ídolos.
SELEÇÃO INGLESA

foi convocado pela primeira vez em 1999 pelas boas atuações no West Ham e seu desempenho na seleção SUB-21, mas só fez sua estreia em Outubro do mesmo ano num jogo contra a Bélgica. Cortado das Euro 2000 e da Copa de 2002, seu primeiro torneio foi a Euro 2004, ano em que já estava se consolidando pelo Chelsea, sendo um dos melhores meia em atividade na década. Já incontestável na seleção, sua primeira Copa foi em 2006, na qual a Inglaterra possuía uma grande geração candidata forte ao título mundial, mas não passou das quartas. Jogando deslocado de sua posição devido a presença de Gerrard e Beckham, Lampard não rendeu na seleção o que rendia no clube. Mais tarde disputaria as Euro 2008 e 2012 e as Copas de 2010 e 2014. Pela seleção foram ao todo 106 jogos e 29 gols.
NOVOS ARES

Após sair do Chelsea em 2014, Lampard rumou as Américas para jogar pelo New York City ao lado de Pirlo e David Villa. jogou apenas uma temporada por lá, e nesse meio tempo também disputou uma temporada pelo Manchester City, na qual acabou marcando um gol contra o Chelsea.
O ADEUS
Recentemente Frank Lampard anunciou sua aposentadoria, alguns meses depois de Steven Gerrard seguir o mesmo caminho. Em 4 meses, o futebol inglês e mundial perdeu duas lendas do futebol, dois grandes ídolos, e os dois melhores camisas 8 que a terra da rainha já viu. Nós amantes do futebol só temos a agradecer por ter visto esses dois craques jogarem.
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