As Arenas após a Copa
- Por Théo Leocádio
- 2 de mai. de 2015
- 4 min de leitura

Quase um ano depois da Copa das Copas, a situação de algmas Arenas é preocupante. Sem saber o que fazer com esses estádios, os governos tentam dar um jeito de evitar que essas obras se tornem Elefantes Brancos.
Antes mesmo do início da Copa, a construção de 12 cidades-sedes, já era criticada pois não havia a menor necessidade de um número tão grande de estádios-Arenas já que a FIFA só pede 8 cidades-sedes. Quando a Copa começou as críticas cessaram, e os olhos do mundo inteiro se voltaram para o maior evento esportivo da história, sim, o maior, os números não negam. Foi a maior arrecadação da história, a receita chegou a quase R$ 16 bilhões e os lucros superaram a marca de R$ 8,3 bilhões. Todos elogiaram o espetáculo que foi.
Mas foi só a copa acabar e alguns estádios, como já era previsto, começarem a dar prejuízo que veio a grande pergunta: O que fazer com essas Arenas?
Estádios como a Arena da Baixada, Arena Pantanal. Arena das Dunas e Arena da Amazônia viraram problemas para seus estados. A da Amazônia é a que mais preocupa, pois não tem quem jogue e não se sabe como vai ser mantido o estádio. O governo do Estado já contratou uma empresa que apresentará as opcões de utilização do estadio, que ja chegou a ser cogitado para servir de centro de triagem de presos.
A Arena da Baixada virou um desafio para o Atlético - PR pois o estádio foi para a Copa sem ter finalizado as obras e agora o clube terá que terminar as obras e tentar pagar as dívidas que ele dividiu com o estado com as arrecadações dos jogos. Eles esperam manter uma média de público perto da capacidade total( 43 mil lugares).
Em Natal, o Governo já faz planos para o estádio não ficar parado. As arquibancadas provisórias serão retiradas, diminuindo de 40 mil para 31 mil lugares, já que o ABC e o America, os maiores clubes do estado, tem uma baixa média de público. Ano passado a média foi de 6 mil pessoas por jogo. Com isso, o Governo planeja levar show de grande porte para conseguir diminuir os prejuízos. Pelos próximos 20 anos o estádio sera admnistrado por uma Parceria Público-Prisvadas (PPP's) pelo Estado e a Construtora responsável pela obra.
A Arena Pantanal é outra que pode acabar virando um Elefante Branco, se não já virou. Esquecida após a copa, a Arena passará por uma segunda reforma em quatro meses. Serão R$ 200 mil "investidos" em obras na parte externa do estádio. O Estado gasta R$ 1 milhão para manter a Arena, que hoje, menos de um ano depois da Copa, está completamente esquecida e deteriorada. A obra que custou R$ 626 milhões, construída para um público de 43 mil pessoas, hoje não comporta mais de 3 mil.
Outro estádio que está também está causando prejuízo é a Arena Pernambuco. É a Odebrecht Participações quem mantém a Arena, mas com pouco menos de dois anos de contrato, o governo pernambucano já pensa em cancelar o empreendimento que teve um prejuízo de R$ 29,7 milhões em 2013 e de R$ 24,4 milhões em 2014. O contrato de PPP da Arena, prevê um total de 60 jogos dos três times do estado, visando garantir a taxa de ocupação do empreendimento. Entretanto, Sport e Santa Cruz preferem levar seus jogos para seus respectivos estádios, e o Naútico que já não levava muito torcedores para os Aflitos, agora na Arena, leva muito menos. O governo, visando aumentar a média de público no estádio, está adotando o Todos com a nota, sistema em que o torcedor troca notas de compras por ingressos.
"O custo de manutenção (do Mané Garrincha) é praticamente insignificante perto do que está arrecadando" disse Claúdio Monteiro, então secretário da Copa, em dezembro de 2014. Mas segundos dados da BBC Brasil, a situação do estádio está muito longe disso. o Mané Garrincha custa R$ 600 mil por mês, e o valor arrecadado no total desde sua inauguração, em maio de 2013, foi R$ 5,5 milhões. O prejuízo em 19 meses seria de R$ 5,9 milhões. O estádio recebeu 28 eventos desde o fim da Copa até dezembro de 2014, 12 foram de futebol.

Antes mesmo da Copa já se previa o prejuízo que seria a construção de tantas arenas para a Copa, muitas se tornaram elefante branco, e a FIFA já se posicionou sobre o assunto. "É problema de vocês". Em abril desse ano, foi realizada uma reunião do comitê da entidade em Zurique, e quando perguntados sobre o Brasil eles foram bem claros que não queria ouvir falar do país. O diretor de comunicações, Walter Gregório, que antes percorreu o Brasil para dizer que seria um evento maravilhoso, agora não quer nem falar sobre o assunto. Um dos colaboradores de Joseph Blatter, presidente da FIFA, anunciou que a debilidade do governo Dilma não passa despercebida.
"Ela fica até quando no poder?" ironizou.
E quanto mais o tempo passa, mais os prejuízos aumentam, ou não, pode ser que alguém dê um jeito, mas essa é a atual realidade do Brasil, cheio de escândalos de corrupção. Representantes da FIFA disseram “A realidade é que o problema é do Brasil, não do futebol". É triste mas é uma verdade.
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